quinta-feira, 19 de abril de 2007

HOJE QUERO FALAR EM SILENCIO


Hoje quero falar em silêncio
Escrever poemas soltando ais
Deixar rastro com palavras mudas
E que neste silencio saiam ideia tais
Que se difusas pelo menos sejam reais
Eu cansei de palavras banais
Como aquelas que me dedicas
Fala com gestos, mas não mintas mais
Ou escreve o que sentes, porque implicas?
Serei eu insignificante, fútil e banal
Que não mereça o teu desejo real
Perturbas o meu sentir
Ao enganares-me, mentir
Serei lerdo, estúpido, sonso
Mas não sou certamente
Silencioso e irreverente
Ao ponto de não te sentir
Fala-me em silêncio, gesticula
Pensa que sou surdo mas diz
Que me amas, me desdiz
Que te falando intimamente
Te tocando na ferida com calma
Sintas fervendo o sangue e a alma

Joao Morgado

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